Ecofisiologia Vegetal - Café
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REVISÃO DE LITERATURA Existem, aproximadamente, 100 espécies dentro do gênero Coffea, dentre as quais, apenas duas apresentam significância econômica no mercado mundial de café: C. arabica L. (café Arábica) e C. canephora Pierre ex Froehner (café Robusta). O café é a mais importante commodity do comércio mundial de produtos agropecuários, representando uma importante fonte de renda para vários países da América Latina, África e Ásia (DaMatta, 2004). O agronegócio mundial do café engloba anualmente mais de 90 bilhões de dólares, envolvendo para isso, cerca de 500 milhões de pessoas, da produção ao consumo final (Newscafeicultura, 2004). O Brasil é o maior produtor mundial de café, produzindo aproximadamente 30% da produção mundial, que gira em torno de 115 milhões de sacas (60 kg) comercializadas anualmente nas últimas safras. A produção brasileira, como também a mundial, poderia ser bem mais significativa, caso condições desfavoráveis ao cultivo, que reduz a produtividade da cultura, não ocorressem, particularmente o limitado suprimento de água.
O estudo das relações hídricas no cafeeiro é de grande interesse, uma vez que pequenas reduções na disponibilidade hídrica pode reduzir substancialmente o crescimento e, conseqüentemente, a produção (DaMatta e rena, 2002). No Brasil, como também em diversas partes do mundo, a seca é considerada o principal fator ambiente que afeta a produção do cafeeiro (DaMatta, 2004). Em muitas regiões produtoras de café no Brasil, durante a estação da seca, que dura aproximadamente seis meses ao ano, a evapotranspiração excede a precipitação, e dentro da estação chuvosa, a quantidade e distribuição das chuvas são extremamente imprevisíveis (DaMatta et al, 2003), podendo, em tais situações, esperar-se uma grande redução na produtividade.
Tradicionalmente, o melhoramento genético vegetal busca a seleção de materiais que apresentem alta produtividade, não havendo a preocupação em selecionar plantas tolerantes ao déficit hídrico