Eclipse da razão
Meios e Fins
Richard Caires Silva
Em meios e fins Horkheimer mostra como o conceito de razão ao decorrer do tempo foi perdendo a sua autoridade. A mudança de paradigma no qual a razão se encontra na modernidade é que diferentemente de tempos anteriores a razão começa a ser usada para fins práticos. Há uma instrumentalização: a razão transforma-se em mero instrumento usado pelo sistema para dominar a natureza e o homem. Segundo Horkheimer “A crise atual da razão consiste basicamente no fato de que até certo ponto o pensamento ou se tornou incapaz de conceber tal objetividade em si ou começou a negá-la como uma ilusão”. A razão subverteu-se, agora ela apenas cumpre fatores práticos. Segundo o autor o que ocorreu não é porque a razão não alcançou o que pretendia, mas justamente pelo fato que a razão conseguiu realizar o que era pretendido. A ciência e a tecnologia dominaram a razão e a instrumentalizou destituindo e descaracterizando as outras formas de linguagem, principalmente as referentes às ciências sociais. O eclipse da razão objetiva é, portanto, o triunfo da razão instrumental, cujo significado é retirado da sua ligação a outros fins alheios à racionalidade e cujo valor é determinado pela função operacional que desempenha na dominação da natureza e do homem. Logo a razão passa a ser um meio pragmático a se alcançar algo, ela só é racional quando tem um fim ou um propósito que nem sempre participa do que conhecemos ser racionalmente, o negócio, a saúde, o relaxamento, o descanso, etc., que ajude a recuperar a energia produtiva, e, no que respeita às obras de arte, a formalização da razão manifesta-se como reificação. Reificação podemos entender como toda atividade realizada pelo homem para ser consumido pela própria sociedade na forma de mercadoria. A esta ideia acompanha a ideia de bem estar e de otimização da vida em geral. Correlato a este pensamento do século passado de uma vida pautada no bem estar surge o