Dúvida
Com o esgotamento das minas de ouro e diamante e a pouca procura por gado do Sul, foi introduzida aqui a técnica do charque, trazida pelos cearenses. Já a imagem do gaúcho montado em cavalo brioso, com bombacha, botas, sombreiro, pala vistosa, revolver, adaga, dinheiro na guaiaca, boleadeiras, lenço no pescoço, faixa na cintura e esporas chilenas, diz Darcy Ribeiro, ou é a imagem do patrão, fantasiado de homem do campo, ou é de alguém que integra algum clube urbano (centro nativista) e não passa de folclore.
Já o “gaúcho novo”, será o peão empregado que cuida do gado, agora, mal pago, come menos e vive maltrapilho. Apesar disso, o peão de estância é um privilegiado em comparação com os biscateiros, os que vivem em terrenos baldios, os subocupados, que arranjam trabalhos esporadicamente, em tosquias ou esticar os arames, todos eles chamados de “gaúchos-a-pé”. Já os que vivem como autônomos rurais, lavram o terreno dos outros, pelo regime de “parceria”.
Mas, não se pode dizer que o povo do Sul tivesse origem apenas paulista. Havia, também lavradores vindos das ilhas dos Açores em Portugal, que ocuparam a região litorânea, com lavoura: milho, mandioca, feijões, abóboras, etc, enquanto outros fugiram desta “caipirização” cultivando trigo, os gaúchos, nos campos da fronteira, com o pastoreio e os gringos, descendentes dos imigrantes