Dízimo a partir de Deuteronômio
O tema dízimo ganha um empenho surpreendente no livro de Deuteronômio. As informações sobre as estipulações e as tradições legais do Pentateuco requer estudo detalhado de origem, lugar e tempo de aplicação. Uma rápida análise nos códigos de lei, material jurídico do Antigo Testamento, nos ajuda a entender a preocupação deste livro com o tema.
O Código da Aliança (Êx 20.22-23,33), com origem no ambiente tribal da conquista de Canaã e o desejo de ordem comunitária por parte da comunidade israelita, teve como lugar vivencial as instruções aos anciãos e ao povo, referente às responsabilidades sociais e aos processos jurídicos no portão da cidade.
No Código de Deuteronômio (Dt 12.26), as leis encontra-se no período da reforma josiânica, século VII aC. Por isso, necessariamente, o estudo sobre o dízimo tenha que começar no livro de Deuteronômio.
Parte integrante do Código ou Documento Sacerdotal (Êx 25-31; 34.29-Lv 16) é a Lei da Santidade (Lv 17-26). Essa coleção de leis amplia e adequa as regulamentações para o tempo pós-exílico, o período da reconstrução.
Esta análise, feita a partir da história literária do Pentateuco, nos ajudam a entender a instituição do dízimo no AT, sua origem e o seu propósito.
No Código da Aliança e na Lei da Santidade não usam o termo hebraico ma’aser, dízimo, isso não significa que no período anterior a monarquia se desconhecesse a prática de doar parte dos bens. O Código da Aliança menciona a doação dos primeiros frutos, bekor, da colheita de trigo, uva e rebanho (Êx 22.28-29) e primícias, re`xit bikur, sendo a motivação o agradecimento pela libertação do Egito, a dádiva de Canaã e a colheita da terra e tudo o produto da oferta era consumido comunitariamente por ocasião das festas, ou seja, não era destinada ao templo, ao rei ou sacerdote.
No período monárquico, entre o período do Código da Aliança