O Dízimo na Bíblia
O tema é abordado com base em uma teoria documentária que desfragmenta o Pentateuco em quatro documentos compilados em períodos diferentes na história de Israel. O texto nos traz a ideia que qualquer estudo sobre o dízimo deve ser necessariamente iniciado a partir do livro de Deuteronômio onde sua formulação final ocorre por volta do século VII a.C na reforma do Rei Josias.
Com base nessa teoria, o dízimo no seu original hebraico ma’aser só aparece nos códigos de lei Deuteronômica e Sacerdotal, porém no código da Aliança datado no período de Israel tribal (1250-1000 a.C), menciona-se a primeira ideia sobre doações que no original hebraico é bekor, ou seja, a oferta dos primeiros frutos.
Neste período tribal os povos vizinhos de Israel já tinham uma cultura dizimal tratada como tributo recolhido e destinado ao Rei ou ao Templo de seus deuses. Israel trata essa contribuição de forma diferenciada como sendo uma oferta de gratidão ao seu Deus e como eram produtos da terra era consumido em suas festas, isso era praticado antes da monarquia em Israel.
De acordo com o texto, entre o período então chamado tribal onde se tem o Código da Aliança 1250-1000 a.C e o período Monárquico onde se promulga o Código Deuteronômio 621 a.C surgem novos fatores sócios-políticos que provoca a alteração na vida sócio-religiosa do povo afetando a forma de contribuição voluntária e de gratidão para um jugo imposto pelo rei, sendo o dízimo agora tributo para o reino e para o santuário. A reforma do Rei Josias baseada pelo Código Deuteronômico resgata então os principais pontos que estavam relatados no Código da Aliança.
Segundo o texto de Deuteronômio, os dízimos são trazidos ao lugar que o Senhor teu Deus escolher para ali pôr o seu nome. De acordo com a datação do Código Deuteronômio pela hipótese documentária esse local já é o Templo de Jerusalém.
Fica clara no Código Deuteronômico a ordem de que os dízimos devem ser trazidos e comidos pela comunidade e pelos