Durkheim
O foco de Durkheim é a coesão da sociedade como um todo, o objetivo é integrar o indivíduo ao coletivo tendo como meio a solidariedade. Como o indivíduo não pode explicar a sociedade, mas sim a sociedade explica o indivíduo, há a necessidade de situá-la historicamente, caindo-se então na dualidade da ordem tradicional que a regia e da ordem moderna que a rege.
Na ordem tradicional a solidariedade era mecânica, o que unia os indivíduos em torno de um propósito de vida em conjunto eram as tradições, os costumes, a família e a religião, havia uma consciência coletiva atuando sobre os indivíduos e o meio para fazê-los respeitar a comunidade era a repressão física, reinavam os sentimentos de obrigação e dever.
Já na ordem moderna a solidariedade é orgânica, os indivíduos se diferem tanto na personalidade como na divisão do trabalho social, o que os une para uma harmonia é a moral, o novo catecismo, que deve ser ensinada para reprimir o egoísmo e construir um individualismo moral, tal qual como moralidade da cooperação, com características como a compaixão e o respeito pelas leis e pelo outro, e sendo o meio para assegurá-la a vigilância, afirmando sentimentos como a consciência e o senso de dever.
É importante ressaltar que o individualismo moral é muito diferente do egoísmo, pois este tem como base a satisfação das necessidades próprias sem se importar com o outro, enquanto aquele tem em sua base a consciência de uma vida em sociedade adequada a vida moderna que tende a diferenciar os indivíduos que nela estão contidos.
A moral, portanto é o meio próprio pelo qual a sociedade moderna assegura sua coalisão¹, se antes ela era pela consciência coletiva agora ela deve ser promovida pelo Estado, órgão que deve lembrar o sentimento de solidariedade em comum e perpetuar o ensinamento necessário para isso. Para ela ser respeitada deve ser mantida uma aura sacra a sua volta, para com isso e com sua propagação ser possível a realização de uma comunidade humana