DUKAN INTRODUÇÃO
Um encontro decisivo ou o homem que só gostava de carne eu primeiro contato com a obesidade ocorreu quando, ainda um jovem médico, eu praticava medicina geral em um bairro de Montparnasse e ao mesmo tempo me especializava em Garches, em um serviço de neurologia repleto de crianças paraplégicas.
Nessa época, eu tinha entre meus pacientes um editor obeso, jovial, extremamente culto, que sofria de uma forte asma, com a qual eu frequentemente o ajudava. Um dia, ele veio me ver e, depois de ter se instalado confortavelmente em uma poltrona inglesa que rangia devido a seu peso, me disse:
— Doutor, sempre estive satisfeito com seus cuidados, confio em você e hoje vim vê-lo para que me faça emagrecer.
Naquele tempo, tudo o que eu sabia sobre nutrição e obesidade era o que tinham me ensinado na faculdade, que se resumia a propor dietas hipocalóricas — formas de refeições em miniatura parecidas com refeições normais, mas em porções de Lilliput, que faziam os obesos — habituados a viver intensamente — rir e sair correndo, desesperados diante da ideia de ter de ficar controlando porções daquilo que os faz felizes.
Gaguejando, me recusei a ajudá-lo, sob o pretexto justamente utilizado, de que não conhecia as sutilezas da ciência em questão.
— De que ciência está falando? Fui a todos os especialistas de Paris, todos os exploradores da área.
Já perdi, sozinho, mais de 300 quilos desde a adolescência, e ganhei tudo de volta. Devo admitir que nunca tive uma motivação profunda e, involuntariamente, minha mulher errou em continuar a me amar apesar dos meus quilos a mais. Mas hoje fico ofegante só de levantar os olhos, não encontro mais roupas que sirvam e, para você ter uma ideia, estou começando a sentir medo de morrer.
E para concluir ele adicionou a última frase, que, sozinha, desviou bruscamente o curso de minha vida profissional:— Faça-me seguir a dieta que quiser, tire todos os alimentos que quiser, mas não a carne, gosto