Dualismo
(Gustavo Leal-Toledo)
O dualismo foi por muito tempo a teoria dominante no que diz respeito ao problema mente/corpo. A idéia geral do dualismo é que a mente não pode ser reduzida a uma substância física, ela é uma outra substância ou um outro tipo de propriedade não-física. Ou seja, para o dualista, o estudo do mundo físico e de todas as suas leis e propriedades não são o suficiente para nos explicar completamente a mente. Em última instância isto quer dizer que o materialismo está, por princípio, fadado ao fracasso no que diz respeito a explicação completa de nosso mundo. Para o dualista, mesmo depois que tudo o que existe de físico fosse exaustivamente explicado, ainda faltaria explicar certas coisas sobre a mente. Mas o que exatamente faltaria explicar pode variar, como iremos ver, de dualista para dualista. Alguns podem dizer que nada que possa ser chamado de mental (como crenças, desejos, emoções, sensações, pensamentos etc.) será explicável em termos físicos. Outros podem dizer que quase tudo será explicável em termos físicos menos a sensação subjetiva, ou seja, o fato de que temos experiências conscientes. Pode-se até dizer que existem tantos dualismos quanto existem dualistas. David Chalmers nos ajuda a deixar a idéia geral sobre o que é o dualismo mais intuitiva, ele nos fala que o dualista é aquele que acredita que um hipotético Deus ao criar o mundo colocando todos os fatos físicos nos seus devidos lugares ainda teria mais coisas a fazer. Ele teria que colocar agora os fatos que dizem respeito à consciência. Ou seja, os fatos físicos não esgotam os fatos do mundo. No que se segue foram separados alguns dualistas que divergem principalmente no que diz respeito a como se dá a relação entre a mente e o corpo. Vários foram os dualistas da modernidade, mas dentre eles é Descartes que é lembrado com mais freqüência quando nos referimos a este período. Isto é assim porque as outras teorias que são consideradas dualistas e que também apareceram