Drugs
Aqui cabe lembrar que a situação de exclusão social e miséria se relaciona ao fato dessas pessoas terem sido privadas de acesso à moradia, ao trabalho, à educação e à saúde. Com recursos tão precários, encontram-se vulneráveis e muitos acabam se tornando dependentes de álcool e de outras drogas.
Para o observador externo, o que se faz visível é apenas uma massa amorfa de "molambos" usando crack a céu aberto em espaços públicos. Privados de sua identidade e de sua cidadania passam a ser nomeados de "craqueiros" ou "cracudos", pelo comportamento de utilizarem uma droga euforizante, talvez a única possibilidade de obterem algum tipo de prazer em suas existências miseráveis.
Criam-se muitas lendas urbanas a respeito desses dependentes. Chamados de "zumbis", reforçou-se o mito de que a droga é o mal que os levou àquela situação de extrema penúria. Foi desconsiderado um fato cientificamente comprovado de que a grande maioria dos usuários de substâncias, licitas ou ilícitas, não é levada à dependência nem é conduzida, necessariamente, a uma situação de miséria existencial ou exclusão social.
Mas a droga tem sido um ótimo "bode expiatório" para que não tenhamos que olhar para os grandes e complexos problemas por traz da questão. Acirraram-se os discursos proibicionistas e as medidas repressivas.
Isso, aliado a uma legislação ambígua e a políticas públicas higienistas, leva a um verdadeiro genocídio étnico-social, tornando esses "seres indesejáveis" ainda mais miseráveis e agravando assim ainda mais o problema social que os cerca.
Diversas experiências internacionais têm mostrado que o resgate da cidadania é o fator de maior sucesso na abordagem de populações socialmente excluídas. Foi a resposta que encontraram