Drogas e violência
A sociedade brasileira está se deparando nos últimos 20 anos com inúmeros problemas relacionados a um derivado da cocaína – o crack.
Até 1989, a droga mal aparecia em levantamentos epidemiológicos, desde então a situação mudou drasticamente. Um levantamento do CEBRID (Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas) em 24 cidades com mais de 200.000 habitantes, distribuídas em todo território nacional, mostra que o consumo da droga dobrou entre 2001 e 2005.
Entre os fatores de risco para uso e dependência do crack já estão demonstrados o uso prévio de outras drogas (em especial a cocaína), fácil acesso à droga e possibilidade de troca da droga por sexo. Porém a família é um dos principais fatores capazes de influenciar a vulnerabilidade do indivíduo para iniciar e atingir padrões problemáticos de consumo, devido a causas genéticas, exposição ao consumo dentro de casa, abuso e estresse continuados, etc. Muitas vezes decorrentes de estruturas familiares caóticas ou demasiado rígidas, carentes de comunicação entre os seus membros e dotadas de relações de apego marcadas pela insegurança e/ou abandono.
O risco de dependência com o uso de crack é duas vezes maior do que o com o uso da cocaína inalada. Apesar de aproximadamente 62,8% dos usuários de crack apresentarem critérios positivos para dependência ao longo de sua vida de consumo da droga e o curto intervalo entre o início do consumo de crack e a ocorrência de problemas relacionados ao consumo (em média 3,4 anos), os usuários de crack têm muita dificuldade na busca de tratamento especializado, pois enfrentam preconceito pela ilegalidade da droga ligada à criminalidade, o acesso ao tratamento é difícil, e têm dificuldade de reconhecer o problema.
Muitas pessoas, ao formularem seus julgamentos, não levam em consideração que o dependente químico tem mais do que “vontade” de usar a droga. Funciona como colocar uma nova engrenagem em um complexo