Drogas: a possibilidade do bom senso

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A discussão sobre a descriminalização das drogas no Brasil ainda é sustentada por um chão de ovos. Diante da ineficácia do combate às drogas promovido pelo Governo, a descriminalização surge como alternativa para reduzir a violência generalizada causada pelo tráfico. Esse caminho propõe não apenas descentralizar os recursos financeiros do tráfico de entorpecentes (que lucra quantias incontáveis anualmente) como reduzir os danos ao próprio usuário, que é sujeito a diversos tipos de danos em contato direto com a criminalidade. Essa possível mudança de políticas públicas voltada a usuários de drogas pode promover a descriminalização dos mesmos, permitindo que sua imagem não seja reduzida a um produto do crime e, em consequência, diminuindo a exclusão social deliberadamente disseminada por veículos de comunicação conservadores.
Até que ponto o Estado interfere nas ações pessoais do indivíduo? Até que ponto o uso deliberado das drogas é respeitado? Quando o usuário de entorpecentes opta – ou não – pelo uso, deve-se respeitar esta sua decisão? O cidadão tem direito de usar drogas, caso ele queira. O usuário de drogas comete o crime, pois está previsto em lei que assim seja. O Estado pune o usuário, descartando todo o caráter de saúde pública que esta questão pode promover. Ou seja, o usuário de drogas é responsável pelas mais diversas consequências que possa isso acarretar, e o Estado o pune, pois este usuário é reconhecido por lei como parte da criminalidade.
Crime e vício: o significado destas palavras se perde ou até se confunde dentro do pensamento de “vigiar e punir” do Estado. A partir da criminalização do usuário, uma série de pré-conceitos são estabelecidos na sociedade permitindo que ele seja reduzido a uma espécie de elemento antissocial. Este processo de exclusão pode promover o uso desenfreado de drogas por parte do usuário, a partir do momento em que o mesmo não se vê como cidadão e membro de uma estrutura sociopolítica.
Combater as drogas pode não

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