Doping no esporte
Msnd. FREDERICO SOUZA DA COSTA
Universidade Federal do Rio Grande do Sul fredscosta@pop.com.br
Dr. MARCOS A. BALBINOTTI
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Dr. CARLOS A. BALBINOTTI
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Msnd. LUCIANO SANTOS
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Msnd. MARCOS BARBOSA
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Msnda. LUCIANA JUCHEM
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
RESUMO
A questão do doping no esporte envolve sérias questões éticas. Usualmente, assume-se como certo que o uso de drogas proibidas é antiético, especialmente pelo fato de que se busca recurso não-natural para aumentar a performance, atentando-se contra a honestidade na competição, inclusive com riscos para a própria saúde. Este ensaio procura refletir sobre os argumentos que sustentam a posição tradicional, trazendo à cena informações e raciocínios que acabam por se constituir em verdadeiros paradoxos éticos. PALAVRAS-CHAVE : Doping; ética; esporte; performance; paradoxos.
Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 27, n. 1, p. 113-122, set. 2005
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INTRODUÇÃO
O doping no esporte tem merecido atenção especial nos círculos especializados. A Medicina em geral e a medicina esportiva particularmente têm feito muitos progressos sobre o conhecimento de drogas e suplementos alimentares que são capazes de potencializar a performance. Certamente os comitês internacionais antidoping, World Anti-Doping Agency (Wada) e International Olympic Committee (IOC) por exemplo, que regulam, testam e oferecem informações específicas para as diversas modalidades esportivas têm assumido uma responsabilidade especial nos processos de controle do uso de drogas por meio de laboratórios credenciados, mas não são, absolutamente, as únicas entidades que investigam a natureza do doping. O esporte envolve, hoje, relações interdisciplinares complexas e as formas, diríamos, físico-químicas de aumentar