Dragão de Gelo é muito forte.
1ºA Educação Tradicional, ao tratar o aluno como objecto a modelar e equipar do exterior por um processo de transmissão do saber do professor para o aluno, submetendo a situação educativa ao primado do objecto e não reconhecendo ao educando o estatuto de sujeito, fonte de iniciativas e de acções, compromete o desenvolvimento do processo de personalização do que aprende.
2ª A Educação Nova, ao considerar o conhecimento como o produto de uma invenção ou descoberta a realizar pelo aluno, afirmando o primado do sujeito que aprende e relegando o professor para uma situação de "presente - ausente", tende a levar o aluno a uma impossível (re)descoberta de saberes que requereram milénios de esforços da humanidade.
Como o conflito se arrasta há mais de um século corre-se o risco de se perder em "exclusivismos", pelo que, mais do que de oposições, "a nossa época precisa de sínteses" (Not, 1988, p.7). Entretanto, L. Not chama mesmo a atenção que, numa perspectiva dialéctica, uma oposição entre duas teses contrárias é estéril enquanto não for superada por uma síntese que seja uma construção nova (1984, pp.147-148).
Procurando soluções que permitam superar as contradições das duas situações antitéticas, apesar da dificuldade intrínseca do problema, quer por se tratar de chegar a uma síntese, com toda a subjectividade que isso acarreta, quer por se lidar com numerosos e diversificados pontos de vista, muitas vezes contraditórios, empenhamo-nos na formulação de uma proposta superadora da antinomia em causa como um contributo ou clarificação.
Realizando uma abordagem teórico-reflexiva por recurso ao método dialéctico, intentamos chegar a uma síntese que não seja uma justaposição das duas teses, mas uma construção nova, eliminando o que opõe aquelas duas posições antinómicas e conservando o que de cada uma "sabemos certo".
Vamos começar por caracterizar a Educação Tradicional, analisando o