Dragão de Gelo é muito forte.
Kibon é gostoso e faz bem há mais de 70 anos. A maior e mais querida marca de sorvetes do país estreou quando a geladeira ainda era objeto raro nos lares daqui. Alimento nutritivo, sobremesa da família, diversão das crianças, pecado preferido dos adultos: da praia ao freezer de casa,
Kibon vem desempenhando muitos papéis nessa longa relação com os brasileiros. A história começou na China – e tudo o que aconteceu depois você descobre a seguir.
Neve no porão
Há cerca de 3 mil anos, uma competição peculiar deu origem ao sorvete. Na China, os cozinheiros do palácio real disputavam para eleger o inventor da receita mais saborosa e original.
A iguaria vencedora foi uma mistura de neve das montanhas, suco de frutas e mel, servida ainda gelada. Quando a receita chegou à Itália – provavelmente pelas mãos do mercador Marco Polo, no século 13 –, ganhou novos ingredientes, como o leite, e ficou famosa entre os nobres.
O gelato italiano era restrito ao ambiente palaciano até que, no século
16, começou a ser servido nos cafés de Paris, a capital francesa, ícone do requinte. Após uma escala na Inglaterra, o sorvete chegou aos
Estados Unidos, em 1870. E foi lá, com as novas técnicas de refrigeração, que o produto ganhou produção industrial e conquistou definitivamente o gosto popular. Os americanos criaram receitas como o ice-cream soda e o sundae e até hoje disputam a autoria da primeira casquinha com os italianos – responsáveis pela invenção do picolé no começo do século 20. Antes de chegar ao palito, no entanto, o sorvete veio para o Brasil.Em 1834 era feito com gelo importado dos Estados Unidos e servido em
“diferentes qualidades, tanto simples quanto amanteigados”, conforme cita o cardápio de uma dupla de confeiteiros do Rio de Janeiro, então capital do Brasil. No caminho inverso daquele percorrido na Europa, a novidade foi das ruas para o palácio. Dom Pedro II, nos últimos anos como monarca,