Doutrina
Existia também a idéia de “corpo social”. Na verdade, esta idéia brota também do Evangelho (e como tal é uma verdade que permanece até hoje, porem com outras teologias ou interpretações). A interpretação que se fazia na época levava a idéia de que a igreja seria a única cabeça pensante da sociedade. Ela sabia, ela conhecia, ela era a verdade. Cabia a ela legislar e julgar, por exemplo, de liberdade individual, de democracia, de voto. O mundo era mau, pecaminoso. Tudo que fosse material, carnal, mundano, era pecaminoso. O corpo era mau. Havia aí uma herança platônica do corpo como prisão de espírito. Por isso se valorizava sobremaneira o espiritual e ao corpo eram reservadas penúrias, renúncias, abstenções.
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b) Neste meio de campo surgiram descobertas científicas que deram origem às chamadas doutrinas sociais. No séc. XVIII temos Adam Smith e David Ricardo, que sistematizaram o liberalismo econômico. As teorias econômicas (com seus princípios de mais valia, competitividade e individualismo) levaram às primeiras formulações do socialismo que procurou defender o proletariado das imposições do capitalismo. Surge, em primeiro lugar, o socialismo utópico que sugere a coletivização dos meios de produção, o controle da economia pelos poderes públicos e defende igual dignidade de todo trabalhador. No início do século XIX, nasce, ligado ao Partido Socialista, o sindicalismo: sociedades de ajuda mútua que, com o tempo, alargaram sua competência. Karl Marx (1818-1883), o pai do Socialismo Científico, escolhendo a linha da ação política, publicou em fevereiro de 1848, juntamente com Engels, em Londres, o Manifesto do Partido