doutrina
A) A Igreja alimentava a ideologia de cristandade, modelo cultural dominante de que se serviu para definir a sua relação com o mundo e com a sociedade. Esse modelo tinha suas raízes no canonismo medieval, tornando-se ativo a partir da segunda metade do século XVIII, permanecendo operante até o Concílio Vaticano II. O auto-conceito da Igreja era uma “sociedade perfeita”, porque fundada por Jesus Cristo e guiada pelo Espírito Santo. Esta é uma verdade que ainda hoje constitui fundamento para a Igreja, mas na ocasião, levava a atitudes de intolerância com outros pensamentos ou formas de organizar a sociedade. Ela, em decorrência disso, achava-se detentora única de toda a verdade. Logo, os outros estavam errados.
B) Vários fatores contraditórios coincidem na passagem da Idade Média para a Idade Moderna. As elites são alimentadas por uma nova visão, agora antropocêntrica e por um certo retorno à antiguidade pagã. Os papas do renascimento, com exceção de Adriano VI, são mais voltados para as artes e letras, tornaram-se mais governantes voltados para os assuntos temporais e verdadeiros mecenas, que preocupados com os problemas disciplinares eclesiásticos e para as questões espirituais. Constantinopla cai no dia 29 de maio de 1453 na mão dos turcos otomanos. Perde-se o Império Cristão do Oriente que começava a se reaproximar depois do "Grande Cisma".
C) Os principais documentos da Igreja em que se funda a sua Doutrina Social, dentre muitos outros documentos e alocuções dos Papas são de:
Papa Pio IX: Qui pluribus, 1846 e Quanta cura, 1864.
Papa Pio XII: Fidei Donum, 1957 e Ad apostolorum principis.
Papa João XXIII: Mater et Magistra ( "Mãe e Mestra" - Cristianismo e Progresso Social), 1961 e Pacem in Terris (Paz na Terra), 1963.
Princípios em que se baseia a Doutrina Social da Igreja:
A liberdade da pessoa, o valor da liberdade e os seus limites e o seu vínculo com a verdade e a lei natural; a inviolabilidade e inalienabilidade dos direitos