DOUTOR SABIDO
Seu Julho é morador antigo do Bairro Recanto do Lago que no meados da década de 1970, ainda tinha poucas casas e muita mata nas proximidades, era de lá que se extraia lenha para o fogão e a água para beber de um minadouro próximo, as roupas eram lavadas em um represa próxima. O clima de comunidade rural era visível, como se notava nos fundos das casas pequenos cultivos e criações, galinhas, patos, e porcos.
Aconteceu que um gavião andava pegando as galinhas do quintal do senhor Julio e o mesmo não estava mais agüentando o prejuízo. Cansado e irritadíssimo com o predador não teve alternativa a não ser fazer uso de sua espingarda de caça, amiga inseparável, para dar um fim ao carcará.
- Numa tarde fiquei de tocai na mata, sabia onde ele gostava de posar, gostava mesmo era de descer na capoeira perto do novíssimo hospital Sobrassa. Foi ele vacilar e o tiro comer,pá, pá, pá... caiu o desgraçado.
Quando estava recolhendo o que sobrou da ave, foi surpreendido pelo doutor Rafael, proprietário do hospital, ecologista apaixonado, acompanhado de uma moça que parecia sua filha.
- Então e o senhor que anda matando os bichos da redondeza, não sabe que e proibido caçar por aqui. Não sabe que este bicho e importante para natureza, ele e que comem as cobras que nos ameaça? -ele perguntou, sem qualquer expressão de simpatia, além da imagem seca, descreve Julho.
- Da cá essa arma vou te levar direto para delegacia! . Exclamou o médico.
- Justamente,disse o Julho, o senhor tem razão não se podem matar os bichos, este mesmo eu matei porque anda comendo minhas crias, se não fosse por isso não tinha feito. Mas eu não sabia da proibição.
Tentando lhe tomar a arma, o doutor que havia chegado com um automóvel Jeep, o ameaçava levar as autoridades, segundo ele, por estar caçando em área proibida. Relutando com respostas na ponta da língua discordou sobre a acusação.
-Justamente, agora sei que aqui era proibido e de agora