Douro vinhateiro
Obra-prima da natureza e do esforço humano, o Vale do Douro é sobretudo rio, vinha, paisagem grandiosa e história milenar. O solo do Douro é pobre, o clima é duro e terrível, com invernos rigorosos e verões muito quentes onde os termómetros facilmente atingem os 40 graus, em algumas zonas do vale.
O Vale do Douro, compreendido entre Barqueiros e a fronteira espanhola, é uma aventura de três séculos de trabalho e paixão pela terra.
Multidões de homens desventraram o solo, remexeram o xisto, elevaram fileiras de socalcos e vinhedo para que dele nascesse o Vinho do Porto. Na mais antiga região demarcada do mundo os durienses empenharam a alma e o corpo em sucessivos Verões e Invernos, cuidando a terra, tratando a vinha para em cada Outono, fazer a vindima. Dias e noites a fio, cortam os cachos, transportam os cestos e pisam os bagos nos lagares entre cantigas, concertinas afinadas e risos.
A arte e os segredos de fazer o vinho passaram de pais para filhos e a fama do Vinho do Porto atravessou fronteiras. Fez as delícias dos ingleses, que desde o século XVII, o importavam desde a cidade do Porto para onde seguia em pipas, rio abaixo, nos barcos rabelos, o mesmo rio que viu crescer nas suas encostas, vilas e cidades e prosperarem solares, quintas majestosas, hotéis e unidades de turismo rural.
Hoje, no alvor de um novo milénio, cruzeiros cheios de turistas percorrem as águas do Douro, ávidos em descobrir a história, de explorar a natureza assombrosa e de sentir as origens do Vinho do Porto, o eterno embaixador de Portugal no mundo.
A necessidade, desde tempos ancestrais obrigou o homem duriense a inventar a sua própria sobrevivência; com a força dos braços moldou, ao longo dos tempos, a secular paisagem e o solo agreste e pobre, transformando-o nos jardins suspensos que hoje produzem dos mais famosos néctares mundiais.
A tradição do vinhedo do Douro é milenar e remonta ao tempo dos romanos.
A designação de "Vinho do