Dos primórdios da língua á gramatica como norma culta da linguagem
NEVES, Maria Helena de Moura. A gramática: história, teoria e análise, ensino. São Paulo, Unesp, 2002. 282 p.
SIRLEI CAMERA, JANETE BORGES. Acadêmicas do 3º semestre do Curso de Letras, disciplina História da Língua Portuguesa. UNEMAT – Campus de Sinop, 2013.
Nos três capítulos A gramática e o usuário: uma incursão pela história da gramática, Um estudo sobre a língua na sua história: a língua como fim ou como meio? e Fundamentos gregos da organização gramatical tradicional: da universalidade à particularidade estudados do livro publicado em 2002, a autora discorre a origem do processo de criação da linguagem até o seu encadeamento num sistema de múltiplas combinações regradas pelos gramáticos. A autora e professora Maria Helena de Moura Neves é licenciada em Letras e Doutora em Letras Clássicas.
A autora entende que o animal homem estrutura seu pensamento em cadeias faladas; codifica-as e decodifica-as porque, independentemente de alguém que anuncie isso, ele é o senhor das regras que regem a combinação dos elementos das cadeias que tem a faculdade de produzir. Dessa faculdade, ele cumpre sua vocação de animal político comunicando-se com voz articulada que produz sentido e, assim, criando uma sociedade política. O usuário da língua é o homem que fala – precedeu a gramática; ela está nele: na sua fala há gramática, que ele possui. Ao falar de sua própria fala, surge a linguagem, que reflete na capacidade de organização linguística de toda a massa do significado.
Menciona que na história do pensamento grego, a gramática, como busca do mecanismo interno à língua, como busca do sistema de regras responsável pelo cálculo das condições de produção de sentido, precedeu a gramática como descrição, com vistas à prescrição de determinados usos da língua, para que o usuário tenha uma descrição que lhe permita conhecer o padrão a ser seguido no uso da língua. A gramática se ligou a Filologia.