Dorothea
Nos anos 1930, ao serviço da Farm Security Administration, ela percorreu vinte e dois estados do Sul e Oeste dos Estados Unidos, recolhendo imagens que documentam o impacto da Grande Depressão na vida dos camponeses.
Lange é a autora da fotografia "Mãe Emigrante", de 1936. Trata-se da mais famosa fotografia saída da FSA e uma das mais reproduzidas da história da fotografia, tendo aparecido em mais de dez mil publicações.
Mãe Emigrante
Florence Owens Thompson (1 de setembro de 1903 - 16 de setembro de 1983), nascida Florence Leona Christie, foi o tema da fotografia de Dorothea Lange Migrant Mother (1936), um ícone da Grande Depressão. Com esta fotografia, Lange alcançou o que havia se disposto a fazer pelo Ministério do Reassentamento: “registrar coisas sobre estas pessoas, que fossem mais importantes do que seu grau de pobreza”, ela explicou, “ — seu orgulho, sua força, seu espírito”.
A Mãe Migrante não aborda nenhum detalhe do acampamento de colhedores de ervilhas — a paisagem fria e o chão enlameado, as tendas esfarrapadas e as picapes dilapidadas. Imóvel, a fotografia evoca a incerteza e o desespero resultantes da pobreza contínua. A testa sulcada e o rosto profundamente enrugado fazem-na parecer muito mais velha do que realmente é (trinta e dois anos de idade). Sua mão direita toca o canto de sua boca, que está caída para baixo, em um gesto inconsciente de ansiedade. Sua manga está esfarrapada, e seu vestido, desalinhado; outra das fotografias de Lange mostra a mãe cuidando do bebê que, agora, está adormecido, deitado em seu colo. Evidentemente, ela fez tudo que podia por sua família, e não há mais nada a oferecer. As crianças mais velhas se encostam em seu corpo, em um apelo mudo por consolo, mas ela parece tão alheia a elas, como à câmera de Lange. A própria Lange conhecia apenas o perfil da situação da mulher; ela nunca ficou