DOMINA O PATRIARCAL E DOMINA O PATRIMONIAL Ii
A família patriarcal é o embrião da dominação patrimonial, sendo o chefe da comunidade doméstica a figura central ao qual todos que estão submetidos ao seu poder devem obediência. A obediência não se fundamenta somente pelos meios da coerção física, para que ela seja consistente precisar estar alicerçada em uma crença que resulta em uma legitimidade. Esta crença é desencadeada pela tradição que possui como produto final a fidelidade dos membros da família, tanto os membros nuclear quanto os extensos. A mulher se submete ao homem por acreditar na sua superioridade física e psíquica, a criança na necessidade objetiva da sobrevivência, o filho adulto pelo hábito que faz com que suas lembranças mais longínquas sempre remetam a superioridade paterna e o escravo pela falta de proteção que o faz recorrer ao seu amo. Esta crença, na santidade da tradição, possui como conseqüência estrutural mais imediata a dominação patriarcal. Na medida em que está se baseia na diferenciação interna da comunidade doméstica, oikos, tem-se o elemento inicial da “dominação patrimonial”. A diferenciação reside na descentralização do oikos, onde alguns de seus membros não livres se desvinculam da relação direta existente dentro da família, mas mesmo com a desvinculação à relação de dependência estabelecida inicialmente com o patriarca permanece, porém com outra roupagem. O fato de este fornecer condições formais para a sobrevivência dos membros dissidentes faz com que tenham que prestar reciprocidade através da lealdade para com a figura do patriarca. É desta forma que se estabelece a dominação patrimonial que se fundamenta na descentralização do poder doméstico mediante a concessão de benefícios diversos.
Quando o domínio do patriarca atinge uma magnitude que extrapola o domínio patrimonial, passando para o extrapatrimonial, fala-se de outra dominação: a estatal-patrimonial. “Administração patrimonial cuidava especificamente das necessidades