Dom Casmurro
(Cena do trem)
Narrador: Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei no trem da Central um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me e sentou ao meu lado, falou da lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. Como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitura e metesse os versos no bolso.
Bentinho velho: Continue
Moço: Já acabei (murmurando)
Bentinho velho: São muito bonitos.
Narrador: No dia seguinte o jovem poeta insultou-me com nomes feios e acabou apelidando-me: Dom Casmurro. Os vizinhos que não gostam dos meus hábitos reclusos e calados deram asas ao apelido que terminou pegando. Nem por isso me zanguei. Contei aos amigos e eles por graça agora me chamam assim.
Também não achei melhor titulo para minha narração; se não tiver outro daqui até o fim do livro vai este mesmo.
(Cena na sala de visitas- Bentinho ia entrar na sala quando escuta seu nome e escuta a conversa escondido)- D. Glória, Bentinho, José Dias, Tio Cosmo e prima Justina.
José Dias: Dona Glória, já esta na hora de levar Bentinho ao seminário, não esta?
D. Glória: Por que você acha isso?
José Dias: Venho observando que Bentinho e Capitu andam cheios de segredinhos atualmente.
Tio Cosmo: Larga de bobagem, eles são apenas crianças.
Prima Justina: Bentinho mal tem 15 anos, Capitu fez 14 semana passadasão dois criançolas.
D. Glória: Em todo caso vou tratar de metê-lo no seminário o quanto antes.
Tio Cosmo: Mas mana Glória, há mesmo necessidade de fazê-lo padre?
D. Glória: É promessa, há de cumprir-se.
(Cena em algum muro que de para escrever)- Bentinho e Capitu.
Bentinho: O que você está fazendo?
Capitu: Nada! (tampa o muro onde está escrito Bento e Capitolina. Bentinho tira a mão dela do muro.)
Bentinho: Bento e Capitolina?
(Capitu olha para o chão, mas logo ergue os olhos, ficam olhando um para o outro por um tempo sem dizer nada, o muro já dizia tudo. Quando o pai