Dom casmurro
Capitu e Bentinho, são personagem do livro Dom Casmurro (1899) do escritor Machado de Assis.
Logo no início do romance, o narrador, Dom casmurro, descreve a amada de sua juventude, Capitolina, mais conhecida por Capitu - a menina que deixou a condição modesta de filha de um funcionário, o Pádua, para tornar-se esposa do advogado Bento Santiago. A descrição amorosa marca a diferença que separa a vida remediada e modesta dos Páduas e a dos Santiagos.
Capitu tinha ideias ousadas. Curiosa, "gostava de aprender tudo". Queria aprender latim, porém foi dissuadida sob a alegação de que latim não era língua para meninas. O narrador enfatiza a curiosidade de Capitu pelos "nossos livros de gravuras", "nossos romances" e desde cedo "namorava o piano da nossa casa". Dom Casmurro, que narra a história décadas depois de seus lances principais, destaca o piano, símbolo máximo do status senhorial do Segundo Reinado.
É sobretudo no olhar de Capitu que o narrador observa feição particular do seu caráter: os olhares a furto, de soslaio, são reiterados pelo narrador. "Olhos de ressaca? Vá. De ressaca. Traziam não sei que fluido misterioso e energético, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca." "Olhos que o diabo lhe deu", como definiu José Dias, o agregado da casa de Bentinho. Para a prima Justina Capitu era "um pouco trêfega e olhava por baixo".
Obcecado pelo ciúme, o narrador busca em tudo provas do amor adúltero de Capitu pelo Escobar. Embora o romance termine com o narrador demonstrando a culpa e a traição de Capitu, não é possível endossar a versão de Dom Casmurro. Durante todo o romance ele adverte que a sua versão da história não tem testemunhas: somos reféns de sua memória e do seu olhar deformado pelo ciúme e por sua imaginação.
Capítulos
Machado de Assis sempre foi um grande “arquiteto de personalidades” e, na sua imensa galeria de personagens famosas, Capitu se