dom casmurro
Para a maioria dos brasileiros a família, o estudo, o trabalho, a religião, o dinheiro e o lazer têm respectivamente nesta ordem, diferenciados níveis de importância, apesar de a maioria enfatizar a grande importância da família e quererem ter filhos algum dia, não demonstram a mesma simpatia pelo casamento que as gerações anteriores datadas do início do século XIX até o fim do século XX. Afinal, esta instituição representava poder, segurança e respeitabilidade. O padrão da família brasileira da primeira metade do século XIX até a primeira metade do século XX era constituída por um pai, mãe e filhos. Os integrantes da família brasileira deste período eram comandados por um pai e esposo contido no choro e na demonstração de sentimentos, eram duros e jamais demonstravam fragilidade, nem receios. Antes o homem era formado para ser mais racional, e menos emocional o que dificultava o relacionamento afetivo. Este ensinamento sobre a firmeza masculina para dirigir o lar era ensinado de pai para filho, sempre reafirmando os ideais de filhas casando-se cedo para seguir os passos da mãe, uma mulher frágil, submissa, contida e respeitável. Os casamentos celebrados durante o século XIX eram uma opção da elite branca que tentava manter o prestígio e a estabilidade social limitando os casamentos a mitos quanto à cor, honra riquezas e religião, mas este quadro não era tão rigoroso quando se tratavam da classe baixa da população. Muitas vezes os casamentos eram arranjados, mas a legalização da união para a formação de uma nova família dependia do consentimento paterno, cuja autoridade era legítima e incontestável, era de sua competência decidir e até determinar o futuro dos filhos sem lhes consultar as preferências, sendo que em alguns casos os noivos jamais haviam se visto comunicado ou tocado. Os filhos que se rebelavam e não aceitavam a dominação paterna eram sempre castigados, deserdados e até expulsos de casa.