Dois em um: Eros e Psiquê
317 palavras
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"Falta responder à sua pergunta quanto ao ocultismo. Pergunta-me se creio no ocultismo. Feita assim, a pergunta não é bem clara; compreendo, porém, a intenção e a ela respondo. Creio na existência de mundos superiores ao nosso e de habitantes desses mundos, em experiências de diversos graus de espiritualidade, satirizando-se até se chegar a um Ente Supremo, que presumivelmente criou este mundo. Pode ser que haja outros Entes, igualmente Supremos, que hajam criado outros universos, e que esses universos coexistam com o nosso, interpenetradamante ou não. Por essas razões, e ainda outras, a Ordem externa do Ocultismo, ou seja, a Maçonaria, evita (excepto a Maçonaria anglo-saxónica) a expressão ‘Deus’, dadas as suas implicações teológicas e populares, e prefere dizer ‘Grande Arquitecto do universo’, expressão que deixa em branco o problema de se Ele é criador ou simples governador do mundo. Dadas estas escalas de seres, não creio na comunicação directa com Deus, mas, segundo a nossa afinação espiritual, podemos ir comunicando com seres cada vez mais altos. Há três caminhos para o oculto; o caminho mágico (incluindo práticas como as do espiritismo, intelectualmente ao nível da bruxaria, que é a magia também), caminho esse extremamente perigoso em todos os sentidos; o caminho místico, que não tem propriamente perigos, mas é incerto e lento; o que se chama o caminho alquímico, o mais difícil e o mais perfeito de todos, porque envolve uma transmutação da própria personalidade, que a prepara, sem grandes riscos, antes com defesas que os outros caminhos não tem. Quanto à ‘iniciação’ ou não, posso dizer-lhe só isto, que não sei se responde à sua pergunta: não pertenço a Ordem Iniciática nenhuma. A citação epígrafe ao meu poema Eros e Psique, de um trecho