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Dilema ético – trocando favores pessoais
Jack Grubman era um sujeito poderoso de Wall Street. Como analista principal de empresas de telecomunicação para a unidade Salomon Smith Barney do Citigoup, suas recomendações tinham grande peso junto aos investidores.
Durante anos, Grubman sempre teve uma atitude negativa diante das ações da AT&T. mas sua opinião mudou em novembro de 1999. Com base em evidências encontradas em sua correspondência eletrônica, a mudança de opinião não se deveu a análise do mercado, mas a outras circunstâncias.
Naquela época, seu chefe no Citigroup, Standford Weill, estava em meio a uma luta de poder com o outro comandante da empresa, John Reed, para se tornar o único presidente. Enquanto isso, a Salomon buscava novos negócios para aumentar sua receita. Conseguir a conta dos investimentos bancários da AT&T poderia ser de grande ajuda. A possibilidade de conquistar essa conta seria bem maior se a opinião de Grubman sobre as ações da AT&T mudasse. Além disso, a mudança de opinião de Grubman também melhoraria a relação de Weill com Michael Armstrong, presidente da AT&T, que fazia parte do conselho de administração do Citigroup. Weill queria o apoio de Armstrong para derrotar Reed.
Grubman tinha os seus próprios problemas. Apesar de ganhar dezenas de milhões de dólares anualmente, vinha de uma infância modesta. Ele era filho de um funcionário público da Filadélfia. E desejava o melhor para suas duas filhas gêmeas, incluindo uma exclusiva escola de Nova York, a mesma que recentemente havia recusado matrícula para a filha de Madonna. Weill deu um telefonema para a escola intercedendo por Grubman e oferecendo uma doação de 1 milhão de dólares por parte do Citigroup. Mais ou menos ao mesmo tempo, Weill pediu a Groubman que “desse uma nova olhada” em sua posição sobre as ações da AT&T. logo em seguida, Groubman mudou sua opinião, aumentou a estimativa de valor das ações e a AT&T fechou contrato com a Salomon no valor de 45