Doença de chagas
Com o controle da transmissão pelo Triatoma infestans, principal vetor no país, e as medidas adotadas nos Serviços de Hemoterapia para garantir o sangue seguro, o profissional de saúde não deve se esquecer dos mecanismos atípicos de transmissão da infecção chagásica ao se deparar com quadros clínicos sugestivos da doença.
Transmissão Vetorial
A doença de Chagas, inicialmente uma enzootia, passou a se constituir em problema de saúde pública, após a domiciliação dos vetores, provocada pela desagregação ambiental. Deve ser considerado o mecanismo primário de difusão da doença, pois dele dependem as outras formas de transmissão. Entre as mais de 120 espécies de insetos vetores, todas da subfamília triatominae, há consenso de que cerca de 12 espécies são as que importam para a infecção humana, pela sua capacidade de invadirem e procriarem dentro das casas. Dentre elas, o Triatoma infestans ao sul e o Rhodnius prolixus e Triatoma dimidiata, ao norte da linha do Equador.
A transmissão vetorial acontece pelo contato do homem suscetível com as excretas contaminadas do vetor. A ocorrência da transmissão parece estar associada à densidade vetorial e à resistência do hospedeiro, o que poderia explicar o achado de 30% de indivíduos residentes em áreas de alta infestação permanecerem soro-negativos.
Em 2006, o Ministério da Saúde do Brasil recebeu a Certificação Internacional de Eliminação da Transmissão da Doença de Chagas pelo Triatoma infestans, conferida pela Organização Pan-Americana da Saúde. A certificação