Doenças Trigo
Não há grão, no mundo, mais importante para a alimentação do que o trigo. Nenhum cereal pode substituir integralmente a farinha de trigo na produção de pães, biscoitos e massas.
O trigo é uma cultura de grande importância para o Brasil, havendo uma demanda crescente da população brasileira por derivados desse cereal, estimada em 11,2 milhões de toneladas para 2005. Considerando que a produção do país, 4,5 milhões de toneladas em 2003, atende apenas parte dessa demanda, observa-se que o governo brasileiro deverá despender consideráveis esforços para suprir o mercado interno nos próximos anos. O país tem condições de clima, solo, material genético e tecnologia disponível para cultivar mais de 10 milhões de hectares do cereal.
A cultura do trigo no Brasil, assim como em outros países, pode ser afetada por várias doenças, que estão entre os principais fatores que limitam ou comprometem a sua produção. As doenças que incidem na parte aérea, como as ferrugens, o oídio, as manchas foliares e as de espiga podem causar prejuízos consideráveis, especialmente sob condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento de epidemias. Os prejuízos são agravados quando várias doenças incidem simultaneamente na lavoura. Dados sobre danos causados por doenças na cultura do trigo são bastante variáveis, especialmente porque diversos fatores interferem no estabelecimento e desenvolvimento das epidemias, tais como as condições ambientais, a maior ou menor suscetibilidade das cultivares, a agressividade dos patógenos, a época do início da infecção, entre outros. O volume de perdas é variável de ano para ano, dependendo das condições climáticas. Trabalhos recentes, no entanto, demostraram em 12 anos de experimentação perda média de 44,61 %, equivalente a 1.152 kg (19,2 sacas de 60 kg) de trigo por hectare, atribuída às doenças fúngicas.
Sobre os patógenos necrotróficos, é importante salientar que esse tipo de fungo possui a habilidade de nutrir-se de tecidos mortos