Documentário milton santos
“É na evidência das contradições e dos paradoxos que constituem o cotidiano desta globalização que Milton Santos enxerga as possibilidades, já em andamento, de construção de uma outra realidade. Inova, portanto, quando, ao invés de se colocar contra a globalização, propõe e aponta caminhos para uma outra globalização. Agora, o novo vem da periferia. Como exemplo de uma cultura que surge dos ‘de baixo’, o professor cita o movimento Hip-Hop.”, revela Silvio.
O documentário percorre algumas trilhas desses caminhos apontados por Milton, vemos movimentos na Bolívia, na França, México e chegamos ao Brasil, na periferia de Brasília. Em Ceilândia, a câmera nos mostra pessoas dispostas a mudar as manchetes dos jornais que só falam da comunidade para retratar a violência local.
O documentário expõe um pensamento acerca da globalização e discute as distorções impostas aos países pobres que pagam injustamente pelo crescimento da economia dos países ricos e as conseqüências provenientes dessa lógica do capital, que amplia as diferenças ao invés de redistribuir as riquezas. “O lado de cá são os países do sul, explica o diretor. “Na verdade, para Milton a globalização tem características dos regimes totalitários como o nazismo e facismo, por isso ele a chamava de globaritalismo, que se refere a esse processo imposto pelas grandes empresas à humanidade”, explica Tendler, e completa, “Milton Santos é um dos pensadores oriundo do mundo do sul que pensou esse processo de globalização de um ponto de vista dos pobres”.
O documentário traz um pensamento pessimista do presente, mas uma visão otimista quando tenta mostrar as possibilidades de um novo mundo, também sinalizado pelo professor Milton Santos, onde a união entre as “novas técnicas” e “os de baixo” podem fazer um futuro mais distinto para a humanidade. Milton Santos é um intelectual que, por suas idéias e práticas,