Doce Engano - artigo para a educação infantil de Campo Alegre
A doença dos deuses, a doença dos reis, ou ainda a doença dos imperadores..., era assim que a cárie dentária era chamada desde a época das dinastias egípcias há mais de 3.500 anos atrás. De fato naquela época não havia escova de dente, fio dental, palito, cirurgião dentista ou se quer solução de fluoretos para bochecho, mas havia curandeiros que por vezes, com o risco de perder a cabeça (literalmente) tinham que se aventurar no campo da odontoestomatologia para tentarem aliviar o sofrimento dos monarcas. Com algumas exceções a maioria desses “doutores” não percebia que era apenas o consumo de grandes quantidades de mel diariamente abundantes nas mesas dos reis e príncipes e de suas famílias que estavam a causar esta enfermidade muito dolorosa e inconveniente. O escasso mel então era como um tributo pago para a alta nobreza e, por vezes, para o alto sacerdócio. Por vezes até desconfiavam deste doce ingrediente, mas diante do quadro de vício que o uso constante do mel produzia na família real ninguém se atrevia a contra-indicar o seu uso. Ilustrando este fato o Rei israelita Salomão, o Sábio dos sábios, por volta de 970 a.C., fez questão de deixar registrado na Bíblia Sagrada valiosos conselhos que podem ser nos útil até hoje: - (...) comer muito mel não é bom,... (Provérbios 25:27); - Não cobices os manjares gostosos, porque é comida enganadora (Provérbios 23:3). Hoje o mel ainda existe, e se usado com muita freqüência ainda causa o mesmo dano que antigamente. Mas há outro problema bem maior. Com o desenvolvimento das rotas marítimas para as Índias na Idade média, onde eram trazidas grandes quantidades de açúcar bruto (parecido com o atual açúcar mascavo) que, gradativamente, foi viciando e popularizando-se na Europa tanto quanto às cáries dentárias tanto que neste momento começaram a aparecer os primeiros cirurgiões dentistas. Médicos e até barbeiros começaram a se especializar no conhecimento das estruturas, patologias e tecidos bucais haja vista o