Dobb Cap 5
Não há evidência histórica de que capitalistas tenham acumulado teares, maquinas de fiar, tornos ou estoques de matéria-prima, em armazéns gigantescos, durante décadas, até que, com o tempo, tais reservas se mostrassem suficientes para o início da indústria fabril.
Quando se fala em acumulação num sentido histórico deve-se fazer referência à propriedade de bens e a uma transferência de propriedade, e não à quantidade de instrumentos tangíveis de produção existentes, bem como a concentração da posse de riqueza em poucas mãos. Os diversos modos pelos quais uma classe pode aumentar sua posse de propriedade parecem redutíveis a duas categorias principais.
A primeira seria a compra de uma propriedade em troca dos meios de consumo, acarretando aos antigos donos a perda de sua terra, casa e outros objetos duráveis. Os novos compradores esgotarão suas reservas em dinheiro ou reduzirá seu consumo abaixo do nível de sua renda para poder formar sua propriedade, financiando suas compras mediante a "poupança".
A segunda forma se relaciona a adquirir um tipo determinado de propriedade quando se encontra excepcionalmente barata e realizá-la mais tarde, quando o valor de mercado dessa propriedade estiver relativamente alto em troca de outras coisas (força de trabalho) que estejam num valor relativamente inferior. O traço essencial desse processo é que o resultado depende de um incremento no valor em capital da propriedade, e não apenas da renda corrente ou da capacidade de poupança.
Entre as influências mais poderosas que promoviam a acumulação burguesa estavam o crescimento das instituições bancárias, o aumento dos empréstimos feitos pela Coroa e também a coleta de impostos, desde muito tempo, uma atividade suplementar lucrativa de mercadores ingleses, dificilmente distinguível das operações do Estado no setor de empréstimos.
À primeira vista poderia parecer que os ganhos a serem auferidos com o comércio exterior nessa época agissem como