Conclus o
Neste trabalho apresentamos as bases de uma macroeconomia estruturalista do desenvolvimento que talvez possa ser considerada um segundo momento da teoria estruturalista do desenvolvimento. Uma visão estruturalista porque mantém a ideia de que o desenvolvimento econômico é um processo de mudança estrutural – de inovação nos setores já explorados e de transferência de mão de obra para setores com valor adicionado per capita e salários médios cada vez mais elevados. Uma visão estruturalista, em segundo lugar, porque pressupõe duas tendências estruturais: a tendência da taxa de salários a crescer menos do que a produtividade e a tendência à sobreapreciação cíclica da taxa de câmbio. Finalmente, uma teoria estruturalista porque vê por trás dessa segunda tendência dois fatores estruturais: a doença holandesa e o fato de que, devido à escassez relativa de capitais, as taxas de lucro e de juros nos países em desenvolvimento são mais elevadas do que nos países ricos, para serem bem-sucedidos na grande competição não apenas entre empresas, mas também entre Estados-nação que é a globalização, cada país deve ter sua estratégia nacional de desenvolvimento – a instituição fundamental para estimular o investimento e a poupança. Denominamos essa estratégia de novo- desenvolvimentismo, e vimos que seu êxito depende, essencialmente, da neutralização daquelas duas tendências que limitam o desenvolvimento econômico pelo lado da demanda: a tendência da taxa de salários a crescer menos do que a produtividade limita a demanda originada no mercado interno, enquanto a tendência à sobreapreciação cíclica da taxa de câmbio impede que os empresários nacionais acessem os mercados externos, uma novidade importante neste trabalho é a de que coloca a taxa de câmbio no centro da teoria do desenvolvimento econômico. A teoria econômica anterior, tanto a neoclássica quanto a keynesiana, e a estruturalista supunham que os desequilíbrios da taxa de câmbio eram de curto prazo, e por isso os