Do romance ao crime
Caso Eloá Cristina
Do romance ao crime
No dia 13 de outubro de 2008, às 13h30min, iniciou-se, na cidade de Santo André, o mais longo caso de cárcere privado do Estado de São Paulo. Inconformado com o fim do namoro com Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, Lindemberg Fernandes Alves, então com 22 anos, fez reféns a jovem, a melhor amiga dela, Nayara Rodrigues da Silva, e mais dois rapazes. Estranhando a demora do filho, às 20h, o pai de um dos rapazes bate à porta do apartamento em que Eloá morava e ouve Nayara dizer para ele se afastar. Imediatamente a polícia é acionada e cerca o local. No mesmo dia, os garotos são liberados, mas as amigas ficam sob a mira do revólver de Lindemberg. Do lado de fora, jornalistas, policiais e populares acompanham o sequestro. Após mais de cem horas de aflição, a polícia decide invadir o apartamento. A jovem leva dois tiros de Lindemberg e morre, enquanto sua amiga Nayara é baleada no rosto, mas sobrevive. Analisando todo o contexto do crime, nos vem a seguinte indagação: O que, de fato, fez com que o jovem atirasse contra as duas amigas? Vingança pelo fim do relacionamento ou certeza de que não teria mais nada a perder após a ação policial? Creio que, inicialmente, o sequestrador não tinha nada premeditado. Ele não pensava em machucar, muito menos em assassinar ninguém. Seu verdadeiro intuito era conseguir intimidar a ex-namorada, afim de reatar o relacionamento e garantir que ela não se relacionasse com nenhum outro homem além dele. Todavia, infelizmente, essa mera intimidação foi tomando rumos cada vez mais dramáticos com o desenrolar do tempo. No terceiro dia do sequestro, Lindemberg deu entrevistas por telefone às emissoras de TV. Em uma delas, chegou a declarar que não teria a intenção de matar Eloá. Depois de preso, o rapaz também afirmou que, em alguns momentos, o confinamento era tido por todos os envolvidos como uma grande brincadeira e que só deflagrou os tiros