Utilidade dos fosseis
Para além de constituírem peças de coleção de rara beleza, os fósseis têm múltiplas aplicações na ciência moderna.
Comecemos pelas Ciências da Vida. Os fósseis são evidências materiais de organismos do passado distintos dos atuais, permitindo conhecer como têm evoluído as espécies até chegarem às formas recentes, incluindo o Homem - Paleontologia Evolutiva.
Outra utilidade resulta do estudo de todos os fósseis encontrados na mesma unidade geológica, integrados no respetivo substrato. Torna-se então possível determinar que relações existiriam entre os vários organismos (predação e parasitismo, entre outras), e entre estes e o ambiente. Este estudo é objeto da Paleoecologia.
Uma vez que alguns organismos apenas sobrevivem em condições climáticas muito restritas, estes constituem bons indicadores de climas do passado, sendo estudados pela Paleoclimatologia. Os grãos de pólen fósseis são particularmente úteis nestes estudos.
Da mesma forma há organismos adaptados a ambientes muito restritos. Por exemplo, na atualidade os gastrópodes que se encontram em meio marinho são diferentes dos encontrados em meio lacustre ou terrestre. Estes organismos dão-nos informações acerca do ambiente em que viveram - Paleoambiente - sendo considerados fósseis de ambiente ou fósseis de fácies. Estas informações também nos permitem reconhecer a geografia da Terra no passado, como a extensão de mares antigos, praias, lagos, entre outros. A reconstituição da geografia da Terra do passado a partir de organismos fósseis designa-se Paleobiogeografia.
Os fósseis também podem ser úteis nos estudos de tectónica. O estudo de um fóssil deformado comparativamente com um original, permite-nos quantificar a deformação sofrida por uma determinada rocha.
Por fim, a aplicação provavelmente mais importante reside na capacidade de determinação da idade das rochas que os contêm, uma vez que cada intervalo de tempo tem fósseis característicos. O estudo da idade dos