DNPM
No ambiente intrauterino, o feto encontra-se num espaço reduzido, totalmente apoiado na fase final da gestação, o que limita os seus movimentos e ao mesmo tempo não exige nenhum esforço para a sustentação postural. Após o nascimento, a postura do recém nascido (RN) tende a continuar parecida com a que foi mantida no ambiente intrauterino, ou seja, em flexão de membros. O contato do RN com a gravidade e toda a estimulação do ambiente, como o carinho dos pais (estímulos táteis), as brincadeiras (estímulos visuais e auditivos), a própria luz do ambiente, a água quente do banho, entre uma infinidade de outros, trazem o grande desafio da interação do RN com o mundo extrauterino. No entanto, o RN ainda não está preparado para esta interação pois encontra-se sem tônus postural e com um sistema nervoso ainda em desenvolvimento. À medida em que ocorre a maturação do sistema nervoso, em paralelo com a estimulação ambiental, o RN passa a apresentar alterações no seu comportamento motor. Alguns comportamentos, aparentemente reflexos, passam a dar lugar a outros de caráter mais automático ou mesmo voluntário. Na verdade, os reflexos primitivos como o de sufocamento, o RTCA (reflexo tônico cervical assimétrico), a sucção, entre outros, são a primeira forma de interação da criança com o meio, e alguns autores defendem que estes padrôes reflexos são a base da motricidade voluntária da criança. Conforme a maturação do sistema nervoso