DNA - EXPERIMENTO DE GRIFFITH
É o DNA!
Qualquer estudante com um mínimo de informação em biologia sabe que as características genéticas da grande maioria dos seres vivos são transmitidas de geração a geração pelo ácido desoxirribonucléico (DNA).
No entanto, a primeira demonstração do papel central desempenhado por essa molécula na hereditariedade ocorreu há apenas seis décadas, e não foi aceita de imediato.
Há 60 anos
Oswald T. Avery
(acima) , Colin M.
MacLeod e Maclyn
McCarty (à direita) descobriram que o DNA é a molécula da hereditariedade U
ma experiência realizada em 1928 pelo microbiólogo inglês Frederick Griffith (1877-1941) mostrou, para surpresa geral, que bactérias capazes de causar uma doença podiam, mesmo depois de mortas, ‘passar’ essa capacidade para bactérias vivas que a tinham perdido, mas não descobriu como isso ocorria. Esse enigma só seria decifrado em 1944, quando um trabalho de três médicos norte-americanos – Oswald T. Avery (1877-1955), Colin M.
MacLeod (1909-1972) e Maclyn McCarty (1911-) – indicou que o DNA das bactérias mortas seria o responsável pela transmissão da virulência para as bactérias vivas.
Tal associação era tão surpreendente para a época que, embora ficasse clara na experiência, recebeu pouco destaque no título do trabalho de Avery e colegas: ‘Estudos sobre a natureza química da substância indutora de transformação de tipos de
Pneumococcus’. A informação mais importante estava no subtítulo – ‘Indução de transformação por uma fração de ácido desoxirribonucléico isolada de
Pneumococcus tipo III’ –, mas este certamente só chamaria a atenção de especialistas da área.
Qual a razão para tamanho cuidado? A composição química dos ácidos nucléicos e das proteínas já era conhecida. Sabia-se que os primeiros eram longas moléculas formadas por apenas quatro tipos de unidades básicas, o que as tornava quimicamente muito monótonas, sobretudo porque estava em vo-
MEMÓRIA
HÁ 60 ANOS ERA DESCRITA A PRIMEIRA