Diário de um detento
Tem em Mano Brown o canalizador dessa informação, a qual ele repassa ora em primeira pessoa, ora em diálogos. Narra o cotidiano da cadeia na véspera da chacina que matou 111 presos no Carandiru. A letra foi escrita em parceria com um ex-presidiário (Jocenir) que também lançou um livro de mesmo nome do título da música. Esse tipo de dado dá mais credibilidade à letra.
Nota-se uma linguagem coloquial e bastante popular, muitas metáforas e gírias dão o tom de inconformismo. Interessante notar que servem como simbologia objetos e palavras da cultura de massa. Modess, Marlboro, Free, HK, Bom Brill, Pinho Sol marcas do meio publicitário. Adolf Hitler, Charles Bronson, Robocop e Frankestein não deixam de ser ícones da indústria cultural e o processo de americanização sofrido ao longo dos anos. Pode-se notar aqui ou uma certa inocência a não percepção destas referência ou simplesmente a incorporação ao cotidiano de elocuções importadas.
A linguagem é simples e popular para um alcance maior, tanto foi que nesse trabalho eles conseguiram a marca de 500 mil cópias vendidas. Os Racionais fazem do rap ou hip hop, (uma música de origem americana) a sua voz, absorvendo-a e regurgitando algo novo, o rap brasileiro. È uma música urbana por excelência, pois é fomentada principalmente no caos das grandes metrópolis (no Brasil principalmente em SP, RJ e DF , nos E.U.A. os guetos de N.Y. e L.A.)
O discurso do grupo é o “anti marketing” é o “não se vender ao sistema”, o que é um grande paradoxo, como não se vender e vender bem. O fato comprovado é que devido a recusa de propostas de grandes gravadoras e apresentações nos programas da TV Globo, por exemplo, isso voltou como um trunfo para o grupo. Essa postura antiestablishment é o que acaba gerando a