Analise Semiotica
A Semiótica procura estudar o objeto de uma forma mais profunda, abordando o contexto passado pela época e pelo autor no caso desta música. Será observado além da palavra a fim de se encontrar a mensagem, se encontrar o que não foi dito, mas que está presente naqueles versos. Logo se pode dizer que a Semiótica abordará de forma mais específica o contexto desta peça, sem centralizar o foco nos reflexos do ambiente em que Mano Brown cresceu nem em que visão o autor possui sobre a sociedade em geral, irá sim se levar em consideração tais fatos a fim de entender o contexto desta obra em específico.
Por ter certa aversão às autoridades policiais, Mano Brown optou por adotar o olhar de um detento nesta música. Usando até mesmo do termo "DETENTO" a fim de exemplificar o descaso da sociedade com a qualidade e respeito que o sistema carcerário trata seus internos.
No início da música Mano Brown situa o ouvinte na data que precede o massacre, logo na primeira linha.
“São Paulo, dia 1º de outubro de 1992, 8h da manhã."
No trecho que abre a música:
"Aqui estou, mais um dia.
Sob o olhar sanguinário do vigia.
Você não sabe como é caminhar com a cabeça na mira de uma HK."
Fica clara a rotina opressora onde Mano Brown deixa visível a angústia que o interno sofre ao ver que ao seu redor, o sistema carcerário apenas espera pela chance de se ver livre do presidiário.
"Na muralha, em pé, mais um cidadão José.
Servindo o Estado, um PM bom.
Passa fome, metido a Charles Bronson."
Em seguida também expõe a realidade de um sistema carcerário decadente, onde paga mal seus funcionários que são cada vez mais pressionados pela vivência com pessoas perigosas e com o intenso medo