Diário de campo

O Movimento de reconceituação trouxe para os assistentes sociais a identificação política e ideológica da existência de lados distintos, duas classes sociais contrárias, uma que dominava e outra que “obedecia” negando assim a neutralidade profissional. Diante deste “embate” de classes, os assistentes sociais se viram com a possibilidade de articulação profissional com uma das classes, dando inicio ao debate sobre a dimensão política da profissão. Nesse contexto podemos afirmar que o movimento de reconceituação do Serviço Social constituiu numa expressão de ruptura com o Serviço Social tradicional e conservador; e na possibilidade de uma nova identidade profissional com ações voltadas às demandas da classe subalterna. Porém o Movimento de reconceituação do Serviço Social foi interrompido pela repressão da ditadura militar, tornando-se um movimento inconcluso e contido em sua história, principalmente a parte referente ao ensino, pesquisa e extensão. Mesmo com toda a repressão o movimento de reconceituação não deixou de existir e devido a isso trouxe uma grande significação ao projeto renovador. Este movimento de caráter político possibilitou a construção de uma proposta de intervenção definindo objeto e objetivos do Serviço Social para além do conservadorismo, através da aproximação com o marxismo até então inexistente.
Alguns fatores contribuíram para o questionamento do papel a ser desempenhado pelos assistentes social, como: a grande efervescência dos movimentos sociais, uma nova divisão internacional do trabalho que veio para ampliar as contradições e as desigualdades sociais e muitos movimentos políticos. As ações profissionais passaram a ser questionadas quanto a sua eficácia mediante a realidade social, assim como os fundamentos teóricos e metodológicos que fundamentavam sua prática. O que resultou na união de um grande grupo de profissionais interessados em promover efetivamente o desenvolvimento econômico e social.
Vale dizer que o processo de