Diversidade
A diversidade cultural na história do Brasil
Para início de conversa...
Há mais ou menos cem anos, Hiro Suzuki, sua esposa, Midori, e o primeiro filho do casal, Takeshi, desembarcaram no porto de Santos, vindos de uma longa e cansativa viagem do Japão, onde nasceram. Eles não tinham parentes, nem amigos no Brasil, para ajudá-los a se estabelecer. Também não falavam Português. Sabiam apenas que fugiam da fome e da pobreza, e procuravam trabalho na lavoura. De Santos, foram de trem para a Cidade de São Paulo. Lá receberam ajuda na Hospedaria dos Imigrantes e saíram em busca de trabalho, pelo interior do Estado. Até se estabelecerem em uma fazenda de café, passaram fome e frio, foram roubados numa estação de trem e Takeshi, o filhinho do casal, quase não sobreviveu a uma gripe prolongada. Algumas décadas depois esta situação tinha mudado muito. Três irmãos de Hiro também vieram do Japão a procura de trabalho. Takeshi havia se casado com outra imigrante japonesa. Juntos continuaram a trabalhar no campo, mas seus dois filhos tiveram destinos diferentes. José Hideo Suzuki, o mais velho, tornou-se motorista de caminhão, nos anos 1960, e “ganhou o mundo” como diziam. Sua irmã, Nair Emiko Suzuki tornou-se professora da escola primária e foi trabalhar na cidade, próxima de onde moravam seus pais.
Ciências Humanas e suas Tecnologias • História
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Os anos passaram-se, o país transformou-se e a família Suzuki também. Nos anos 1990, já não era mais tão fácil saber onde estavam e quem eram os descendentes de Hiro e Midori. Netos e bisnetos da família Suzuki cresceram, alguns foram morar longe, constituíram famílias, casando-se com descendentes de japoneses, de italianos, de africanos e das mais diversas origens. Você deve conhecer histórias parecidas com estas, envolvendo famílias de imigrantes ou de gente que se mudou de um Estado para outro, dentro do país. Já deve também ter ouvido alguém contando as próprias origens, falando dos avós e