O terceiro capítulo, A construção do discurso e da diversidade e as suas práticas é escrito por José Gimeno Sacristan, da Universidade de Valência, Espanha. Ao longo do texto o autor aborda dois conceitos centrais, a “diversidade” e a “diferença” e a partir deles, Sacristan propõe-se a desconstruir os seus conceitos, tendo em conta as práticas e políticas educativas que lhes estão subjacentes, bem como os objectivos que traduzem as suas especificações. Todavia, somos obrigados a transitar por uma linha de extraordinária ambiguidade ao utilizar esta linguagem, na medida em que “a diversidade determina a circunstância dos sujeitos como seres distintos e diferentes” e (…) que a diferença – nem sempre neutra – seja na realidade desigualdade”. Neste sentido o autor defende que devemos estar alerta para que ao “tratarmos” a diversidade não estejamos ao mesmo tempo a instigar desigualdades uma vez que práticas e políticas a favor da igualdade podem anular a diversidade. O contrário também pode fomentar desigualdades. Este problema parece não encontrar solução imediata pois do mesmo modo que se pretende ter em conta a diversidade, existe também uma preocupação na proclamação e procura por uma universalidade, nomeadamente “(…) o direito a receber o ensino em condições de igualdade”. É necessário não esquecer este dilema uma vez que é urgente lutar pelas mudanças das escolas, particularmente no que concerne a compensar as desigualdades. A heterogeneidade é inerente a todos nós e, portanto, reflete-se em todas as ações e circunstâncias que realizamos. Assim, o autor afirma que a educação é fonte de diferenças, ou que pelo menos, é incremento de grande parte dessas diferenças; os professores, têm papel preponderante também nesta questão da diferenciação que se faz. Garante que os complexos processos culturais tendentes para a homogeneização, instigados pelas pressões das instituições, pelos modos de produção, pela globalização cultural, pelo consumo e