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Introdução
Jean Piaget, a partir das observações feitas em seus próprios filhos e seus esboços, percebeu que certas aptidões infantis ainda não estavam totalmente desenvolvidas como se pensava na época, contribuindo assim, de maneira significativa para os estudos sobre o desenvolvimento humano. Nesse sentido, uma das suas contribuições foram os estudos que realizou acerca do desenvolvimento moral na criança. Se buscarmos entender o conceito de moral em outros autores é perceptível as relações que estes vão apresentar no que diz respeito ao pensamento de Piaget. Seu diferencial se mostra ao passo em que ele buscou entender como essa construção se dá a partir da infância de modo a elaborar etapas que segundo ele são essenciais e intrínsecas no processo de aquisição da moral, processo esse, que segundo suas observações solicita certo tempo. Para Adolfo Sánchez Vázquez, “a moral designaria o conjunto dos princípios, normas, imperativos ou ideias morais de uma época ou de uma sociedade determinadas” (Vázquez, 2008, p.66). O que não deixa de apresentar uma relação com o pensamento de Piaget, visto que ele se interessava pelo tipo de relação social estabelecida, situando assim, dois tipos de relação social: a coação social e a cooperação, dessa forma ele chega à conclusão de que existem duas morais: a moral da heteronomia e a moral da autonomia, buscando também percorrer o caminho que leva o sujeito da anomia à autonomia de modo a relacionar o respeito com a lei moral (Freitas, 2002, pp. 304-305). Nesse sentido, cabe-nos o questionamento acerca do surgimento de uma consciência autônoma na criança, de modo a perceber as formas de respeito que passam a existir durante seu desenvolvimento, nos levando assim, a necessidade de estabelecer qual a origem da obediência, segundo o pensamento do autor. Outro ponto importante que precisa ser destacado é a busca do entendimento acerca do processo que possibilita a criança a estabelecer relações de regras propriamente ditas