ditadura
“A minha gente hoje anda/falando de lado/olhando pro chão”
(Chico Buarque de Holanda, “Apesar de você”, 1970)
Chico buarque de holanda e o golpe militar
No término da Segunda Guerra Mundial, o governo getulista chega ao fim no Brasil. A tradição autoritarista trazida por Vargas dá espaço a um período curto de liberalismo. É nesse momento que nasce Chico Buarque de Holanda1.
Posteriormente, o governo de Juscelino Kubitschek traz uma política “desenvolvimentista”. A inauguração de Brasília, em 1960, marco desse governo, traz à tona essa ideologia, que dá origem à produção de novas condições para a criação artística no país. Vemos surgir diversos artistas vanguardistas, como, por exemplo, os cineastas Glauber Rocha e Ruy Guerra, a bossa nova de João Gilberto e a arquitetura inovadora de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, idealizadores da nova capital brasileira.
Apesar do espaço aberto pelo fim do regime de Getúlio, porém, Chico pouco aproveita esse período, pois, quando desperta, aos 20 anos, para uma vida intelectual e artística conscientes, tem-se em 1964 o golpe militar, que dá início a uma ditadura que dura mais de 20 anos.
A década de 60 é marcada por efervescência no campo político-social do país. Uma vontade de participar ativamente da política interna é despertada em diversas camadas da sociedade. Os movimentos estudantis são intensificados e passam a agir junto ao povo. Podemos tomar como exemplo os Centros Populares de Cultura (CPCs), da União Nacional dos Estudantes (UNE). Destacamos ainda a mobilização do operariado e dos agricultores, que constituem o movimento sindical em torno da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT) e as Ligas Camponesas. “Tudo isso expressava grande inquietação social, em parte explicada pela situação crítica da economia do país, e que, na esfera política,