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A ditadura brasileira não foi "tão negra quanto se pinta", acredita Hélder Alves da Costa - EMIDIO MARQUES
O advogado Hélder Alves da Costa, 53 anos, é a favor da democracia, mas nega que a ditadura no Brasil tenha sido "tão negra quanto se pinta". O jurista aponta alguns pontos positivos do regime militar, além dos malefícios provocados durante os 21 anos no país.
Costa diz que a ditadura não foi tão perversa quanto se fala. "Você tinha uma segurança muito forte para andar na rua. Os índices de criminalidade eram infinitamente menores do que os de hoje. O nível das escolas estaduais eram excelentes e os professores ganhavam bem", comenta. "Também estudei na Faculdade de Engenharia de Sorocaba durante quatro anos, no fim da década de 70, e nunca teve nenhum estudante que apanhou da polícia por manifestar as suas opiniões políticas."
Segundo Costa, antes do Golpe de 1964 havia duas correntes: uma queria implantar a ditadura comunista no Brasil e a outra evitava as influências vindas de Cuba e da antiga União Soviética. "Daí falam que os Estados Unidos treinaram os militares no Brasil. Poxa, Cuba treinou os guerrilheiros, qual é a diferença? A ditadura comunista é mais bonita do que a ditadura militar? Não acredito", relata. "Ditadura é uma coisa só, tanto faz de esquerda ou de direita. Não tem uma ditadura melhor do que a outra", completa.
O jurista também comenta que, na época da ditadura, havia corrupção. "Mas não tem nenhum ex-presidente daquela época que tenha ficado milionário. Quando voltou a democracia, pós 1985, você tem o Sarney, o Fernando Henrique Cardoso e o Lula, que são todos milionários. Ao que me consta, política não enriquece ninguém. E a hipocrisia que corre hoje é muito grande", comenta.