Ditadura no Paraguai
O ex-presidente Fernando Lugo, eleito em 20 de abril de 2008 com 41% dos votos, rompeu com uma hegemonia de mais de seis décadas do Partido Colorado (partido tradicional e de direita) na presidência paraguaia, incluindo os 35 anos de Ditadura Militar. Ex-bispo católico ligado aos movimentos sociais de esquerda, Lugo tem um histórico de atuação com os sem-terra paraguaios. Os conflitos agrários vêm crescendo no país e culminou no conflito de Curuguaty, estopim para o processo de impeachment que destituiu Lugo da presidência.
Em 15 de junho de 2012, um confronto violento entre policiais e sem-terra deixou 17 mortos (11 trabalhadores rurais sem-terra e 6 policiais) na reintegração de posse de uma fazenda perto da fronteira com o Brasil. Este conflito foi uma das razões citadas pelos congressistas para destituir o presidente; com um Parlamento cuja maioria era de direita e formava a oposição, o impeachment foi votado e o resultado foi 39 dos votos a favor e apenas 4 contra. No lugar de Fernando Lugo, assume o vice-presidente Frederico Franco, do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), que rompeu com a coligação de Lugo há um ano atrás.
O processo relâmpago de impeachment chamou atenção dos líderes políticos do mundo todo, principalmente dos países latino-americanos; considerado por muitos desses como um golpe político, remete a uma inevitável associação com o ultimo período ditatorial do país que teve início em 1954 e terminou apenas em 1989, com outro golpe político.
Ditadura Militar Paraguaia (1954 – 1989)
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