Ditadura no Paraguai
Para derrotar o Partido Colarado, Lugo reuniu a sua volta um amplo espectro de grupos opsicionistas ao regime, desde diversos pequenos partidos socialistas e de esquerda radical, até o maior e mais tradicional opositor dos colorados, o Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), que agrega desde centristas até conservadores, e ficou com a vice-presidência na figura de Federico Franco.
Com uma coalizão tão ampla e ainda por cima contando com a minoria dos parlamentares no Congresso e no Senado, o governo Lugo enfrentou constantes dificuldades para avançar na sua principal plataforma política - a Reforma Agrária - sofrendo ataques frequentes da elite latifundiária, meios de comunicação, da oposição no Legislativo e inclusive de parte de sua própria base de apoio, alguns setores do Partido Liberal, sendo que o vice-presidente nunca escondeu suas pretensões golpistas.
Se antes o Partido Liberal se dividia entre apoiar e atacar o presidente Lugo, recentemente eles se unificaram entre si e com o resto da oposição para levar a cabo o golpe de Estado, uma ameaça que paira a república guarani desde 2009. Faltando apenas dez meses para o fim do mandato, as elites paraguaias e a direita decidiram invocar o Juicio Politico na última quinta-feira, dia 21 de junho, tomando como justificativa a morte de oito policiais e nove camponeses sem-terra durante um conflito ocorrido na última sexta-feira, 15 de junho, em Curuguaty, próximo a fronteira com o Brasil.
O objetivo inicial da oposição era apresentar a proposta e votar o Juicio Politico nas duas casas durante a quinta-feira, pegando o governo desprevinido e não garantindo a