Ditadura no Brasil
O regime militar instaurado no Brasil em 1964 estendeu-se por 21 anos, nos quais a presidência da República foi ocupada pelos comandantes do exército. Seus líderes, contudo, insistiam em acentuar o caráter temporário do período, e o teor do Ato Institucional n° 1 (AI-1), outorgado em 9 de abril de 1964 pela Junta Militar que assumiu o poder após o golpe, fornecia ferramentas para esse objetivo. O AI-1 decretava:
Realização de eleições indiretas para presidente da República num prazo de dois dias a contar da publicação do ato e de eleições diretas em outubro de 1965.
Fortalecimento dos poderes do presidente, ele poderia apresentar emendas constitucionais ao Congresso e aprova-las por maioria simples, suspender temporariamente o direito político de qualquer cidadão e decretar estado de sítio sem a autorização do congresso.
Suspensão temporária da estabilidade dos funcionários públicos.
A estratégia dos militares era clara, era impor ao Congresso um candidato militar que, uma vez nomeado presidente, pudesse realizar a “limpeza” tão desejada por forças conservadoras e devolvesse o poder aos civis num prazo de pouco mais de um ano. O presidente nomeado pelo Congresso foi o marechal Humberto de Alencar Castello Branco. A “limpeza” começou já nas primeiras horas após o sucesso do golpe e foi particularmente intensa durante o período de vazio político que se verificou até sai posse como presidente, em 11 de abril de 1964. Em dez dias, chefes militares locais agiram com quase total liberdade, investigando, prendendo sumariamente e por vezes torturando, em dependências oficiais, líderes políticos de esquerda, além de jornalistas, estudantes e quaisquer pessoas consideradas subversivas ao regime. Ao assumir a presidência, porém, Castello Branco procurou apurar as denúncias de violência e dar um basta à tortura, no que obteve sucesso, substituindo-a pela cassação de mandatos e suspensão de direitos. A política econômica do novo