Distanásia e Eutanásia
Com efeito, a verdadeira «compaixão» faz solidários com a dor de outros, e não elimina a pessoa cujo sofrimento não pode suportar. O gesto da eutanásia aparece ainda mais perverso se é realizado por quem --como os familiares-- deveriam assistir com paciência e amor a seu próximo, ou por quantos --como os médicos--, por sua profissão específica, deveriam cuidar do doente inclusive nas condições terminais mais penosas.
Deste modo, a vida do mais fraco fica nas mãos do mais forte; perde-se o sentido da justiça na sociedade e se mina em sua própria raiz a confiança recíproca, fundamento de toda relação autêntica entre as pessoas. O desejo que brota do coração do homem diante do supremo encontro com o sofrimento e a morte, especialmente quando sente a tentação de cair no desespero e quase de abater-se nela, é sobre tudo aspiração de companhia, de solidariedade e de apoio na provação. É petição de ajuda para seguir esperando, quando todas as esperanças humanas se desvanecem".
Não é mediante o assassinato ou o suicídio assistido que se ajuda às pessoas a morrer dignamente: a morte verdadeiramente digna, proporciona, sem dúvida, quem se aproxima do idoso ou doente terminal dispostos a padecer com ele, quem solidariamente se entrega a sua cuidado e atenção, quem alivia suas dores físicas e morais. Esperamos que nossos legisladores -crentes ou não-, atuem com sensatez; e desejamos que, sem resignar-se diante da dificuldade que é para o homem de hoje enfrentar a dor e a morte, manifestem-se a favor da vida: DE TODA VIDA HUMANA, VALIOSA E DIGNA ENQUANTO TAL.
Na perspectiva da ética médica a vida é considerada como um dom sagrado sobre o qual o médico não pode ser juiz da vida ou da morte de alguém. Deste modo a Eutanásia é