Dissonancia cognitiva
A Teoria da Dissonância Cognitiva foi desenvolvida por Leon Festinger a meio do século XX. Ele define a Dissonância como uma tensão entre o que uma pessoa pensa ou acredita e aquilo que faz. Quando alguém faz uma ação que está em desacordo com aquilo que pensa, gera-se essa tensão e mecanismos psíquicos para repor a consonância são prontamente ativados. Das duas uma, ou aquilo que sabemos ou pensamos se adapta ao nosso comportamento, ou o comportamento adapta-se ao nosso conhecimento. Festinger considerava que a necessidade de se esquivar da dissonância é tão importante como as necessidades de segurança ou da alimentação.
Ainda mais, Festinger descobriu que forçar alguém a fazer algo contra aquilo em que acredita, pode ser suficiente para levar a pessoa a mudar a sua opinião. Se por exemplo conseguirmos levar alguém a fazer um discurso em que defende alguma coisa contrária àquilo em que essa pessoa acredita, pode ser suficiente para levar a pessoa a mudar a sua opinião para ficar de acordo com o seu comportamento (ter feito o discurso).
Uma forma de reduzir a dissonância é fazer uma exposição seletiva de nós mesmos. Nós selecionamos a informação que lemos e vemos de acordo com o nosso conhecimento e as nossas crenças, selecionamos pessoas que têm a ver conosco, etc. Basicamente, o processo de fazer amigos é uma forma de auto-propaganda para nos sentirmos em segurança.
Isto nos faz pensar na taxa de sucesso duma ação dissonante e de uma ação consonante. Provavelmente, sentiremos muito mais resistência por parte de nós mesmos quando realizamos algo que é dissonante com aquilo que pensamos ou acreditamos. Aparentemente isto me confirma os problemas internos que um sujeito tem quando abandona uma religião que fez parte da sua vida durante muito tempo. É como se toda a nossa vida víssemos as torradas caírem no chão e um dia víssemos a torrada a cair para o teto. O stress dissonante seria extremo, uma vez que a nossa própria realidade física