Dissertação: O lugar da inteligência do desejo na aprendizagem.
As investigações sobre a "teoria da mente" indicam que o homem tem a capacidade de atribuir estados, pensamentos e humores aos outros. Nas relações humanas, a possibilidade de antever as reações alheias e a tentativa de "leitura" da mente do outro levam à conclusão de que é impossível pensar a cognição e a afetividade de forma separada. Embora a verdadeira essência da inteligência seja a formação progressiva das estruturas operacionais e pré-operacionais, a afetividade pode retardar ou apressar o desenvolvimento das estruturas cognitivas, cuja construção pode ser motivada por sentimentos, interesse e emoção. Ensinar é um ato referido a um sujeito diferente do sujeito da aprendizagem, portanto com o desejo e o afeto de quem ensina (embora implique necessariamente o sujeito da aprendizagem). A aprendizagem, por sua vez, coloca o aprendiz no centro dos riscos do conhecimento. O desejo ou a rejeição ao conhecimento pertence a quem aprende, que passa a ter autonomia para decidir sobre seu próprio desenvolvimento e reconhece seus desejos e necessidades. O sujeito da aprendizagem é que deve buscar o professor para orientá-lo na direção a seguir. Se afeto e cognição são inseparáveis, as soluções para uma aprendizagem eficiente partem do aprendiz e, ainda, levam em conta os acessórios tecnológicos com que a nova geração vai lidar daqui para frente. O aspecto afetivo tem uma profunda influência sobre o desenvolvimento intelectual. Ele pode acelerar ou diminuir o ritmo de desenvolvimento. Ele pode determinar sobre que conteúdos a atividade intelectual se concentrará. O desenvolvimento intelectual é considerado tendo dois componentes: um cognitivo e outro afetivo. Paralelo ao desenvolvimento cognitivo está o desenvolvimento afetivo. Afeto inclui sentimentos, interesses, desejos, tendências, valores e emoções em geral. O afeto apresenta várias dimensões, incluindo os sentimentos subjetivos